sexta-feira, 18 de julho de 2014

Desastre do Césio 137/Goiânia há tantos anos e hoje como seria??



         

”27 de setembro de 1987. Neste dia foi descoberto o maior acidente radiológico do mundo. A data está marcada não apenas na história, mas principalmente na memória dos goianos como um dos momentos mais trágicos. Um aparelho utilizado em radioterapias que estava abandonado nas ruínas do Instituto Goiano de Radioterapia (IGR), no centro de Goiânia foi encontrado por dois catadores de um ferro velho, pensando em ganhar dinheiro com a sucata. Wagner Mota Pereira e Roberto Santos Alves inocentemente levaram o aparelho que pesava aproximadamente 200 quilos para o ferro velho de Devair Alves Ferreira, na rua 57, no centro da capital.  A marretadas,os dois desmontaram o aparelho que revestia a pequena cápsula que continha 19,26 gramas de césio 137.  O pó semelhante ao sal de cozinha, no escuro brilhava com uma cor azulada. Encantados com o mistério o dono do ferro velho começou a distribuí-lo com os parentes e amigos como se fosse algo precioso. Começava aí um drama com proporções incalculáveis.”...

  O profissional da saúde precisa  estar atento e preparado para toda e qualquer situação, porém muitas delas, são incomuns e  acontecem raramente como esta do Césio 137. Hoje o atendimento  médico, e muitas vezes também  a consulta do enfermeiro, está pautada em realizar diagnósticos em cima de exames e laudos laboratoriais, onde estes deveriam ser complemento e apoio nesta situação. Dificilmente hoje se vê consulta e diagnóstico fechado em cima da história clínica, queixas principais, histórico familiar, profissional, outros.


             Muitas situações de doenças,  apresentam sintomas e sinais muito parecidos, sendo muitas vezes, um detalhe na conversa com o paciente que venha fazer a diferença e permitir um diagnóstico precoce. Os profissionais da saúde precisam  sempre de atualização, educação permanente,  simulação de situações incomuns porém possíveis de acontecerem, precisa conhecer o local de trabalho, prevalência da região, área de abrangência, predominâncias de trabalho, áreas e situações de risco local, fonte de renda da população, conhecer as famílias envolvidas naquele lugar, buscar entender suas necessidades,carências, riscos,... assim  poderá  lidar melhor com situação do cotidiano, e também as mais graves e incomuns como esta, podendo de preferência   e certamente antecipar-se às situações complicadas e de risco, fortalecendo vínculo, passando informações, orientações, educando  aos bons hábitos, prevenindo e orientando quanto as questões de trabalho, realizando mapas de risco, alertando as situações de risco, mostrando a população local como agir mediante a situação como a do achado da máquina, por exemplo, realizando assim um trabalho voltado ao cuidado com o trabalhador  e a população local de uma área como esta.
              A tragédia do Césio 137, trouxe  muito sofrimento, mas trouxe também, muito aprendizado, evolução, estudos científicos, desenvolvimento tecnológico, porém é preciso mais que isso, é preciso interesse e muito amor e respeito a profissão da saúde e ao próximo sempre, entendendo antes de tudo seu contexto, suas necessidades, suas limitações, tendo em mente sempre que somos e lidamos  com o ser humano. 

 Por: Enfermeira Rose /coren 80866


Referência: http://www.cesio137goiania.go.gov.br/index.php?idEditoria=9782